No dia de hoje acordei com vontade de escrever dois textos:
Um triste e um feliz!
E esse primeiro é o triste.
Desde amanhã de ontem acompanhamos as dores dos familiares
das vítimas de Santa Maria-RS.
É claro que todos já devem ter visto todas as opiniões e os apelos
emocionais que a mídia faz questão de trazer, todos já devemos ter visto as
redes sociais, onde alguns mostram sua comoção, outros fazem questão de fazer
com que o sangue espirre de nossas telas ao postarem fotos dolorosas do
ocorrido, e outros nem sequer se importam.
E quem não se importa deve pensar: Mas o que eu tenho haver
com isso? Afinal, são “pessoas” que moram a quilômetros e quilômetros de
distancia de mim.
Mas a resposta à essa indagação está na própria pergunta.
Afinal são PESSOAS, jovens que saíram de suas casas pra uma noite de diversão
com os amigos, colegas de faculdade e de vida, são pessoas como eu, como você
que tem os mesmo hábitos que nós “JOVENS”.
Isso é uma das coisas que mais comove, depois o fator morte
é claro.
Afinal são mais de 200 vidas que não poderão mais realizar
seus sonhos, seus projetos, são famílias que perderam um pedaço. São pais,
mães, filhos, maridos e esposas, que perderam o seus entes queridos.
Mas quando me propus a escrever não foi pra falar da morte,
afinal já tem muita gente falando.
Quando decidi falar, queria dizer do sentimento que estou
sentindo e me colocando no lugar das vitimas. Quantos são os bares,
restaurantes e casas de shows que frequentamos a vida inteira, e quantas são as
vezes que nos preocupamos com segurança. Eu falo isso, porque imagino que se eu
estivesse na “KISS”, provavelmente estaria na beira do palco, vou ainda no meio
do salão, rodeada por amigos, me divertindo e será que eu, Lindy Campos, teria
sobrevivido? E você, será que você teria conseguido chegar até aquela porta de
saída, ou nossas famílias estariam chorando a perda.
Não quero ser mórbida, ou pessimista, mas é que lugares sem
segurança só existem pq a gente não cobra, e isso pode ser no Rio Grande do
Sul, em São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, mas pode ser nos EUA, na China,
na Argentina, em Ibisa, em qualquer lugar.
Temos que verificar nossa responsabilidade diante da omissão
de não nos preocuparmos com nossa vida. Saímos de casa em busca de diversão,
mas é essa preocupação que devemos ter.
Amo meu Brasil, mas sabemos dos níveis de corrupção que
existe e que uma coisa que pode ser essencial, pode passar por baixo dos olhos
de quem fiscaliza, de acordo com a conveniência de quem paga.
Em nenhum momento quero que pensem que estou culpando
vitimas, estou apenas chamando atenção, A NOSSA ATENÇÃO, pra saber onde a gente
anda.
E claro que uma rede de responsabilidades será aplicada, mas
se a gente pode se proteger, e ficar atento, porque não o fazer.
Pois é, além do sentimento de tristeza pelas perdas dessas famílias,
venho a público deixar minha indignação diante das [I]rresponsabilidades e
olhos vendados que existem por todo o nosso país. E fica aí nossa maior
homenagem, a luta para que incidentes como este não venham a se repetir e que
possamos curtir nossas “noitadas” com a segurança que nos é de direito.
Afinal segurança pública não é apenas a questão da violência
nas ruas, mas sim a questão da segurança e do cuidado com os cidadãos, que são
os verdadeiros donos do poder (de acordo com a Constituição Federal
Brasileira).